sexta-feira, 8 de abril de 2011

Este Nosso Amor


Amo-te,
amo-te no silêncio perdido da canção fúnebre
amo-te no escuro que torna cega a luz do Sol
amo-te no sangue do último poema assassinado
amo-te no pranto, no grito rouco, amordaçada.

Amo-te,
amo-te sozinha quando muitos te esqueceram
amo-te no desvio em que tantos se perderam
amo-te lutando quando muitos se fracassam,
amo-te com vida, quando tantos sentimentos se castram.

Amo-te,
amo-te no hoje que esqueceu de acontecer,
amo-te no tempo que me guia ao envelhecimento
amo-te até mesmo quando por poucos for lembrado.
Amo-te... para sempre!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Sussurro


Não me olhou
Não me deu a honra do seu perdão
Não me apontou o caminho
Da salvação.

Não morou em meu peito
Esqueceu a vontade
Recusou minha ternura
Negou a realidade.

Não viu que me feriu
Não percebeu que me cortou
Não notou a morte
Me afastou.

Infeliz o momento que fechou os olhos
Flutuou, levou-me embora
Cortou minhas asas
Me fez despencar.

Não me sentiu, não me beijou
Não me mostrou a verdade
Não me aceitou.

Sussurrou...
Em meu ouvido
bem baixinho,
"Não te quero mais".

PS: Poema escrito para alguém que foi e ainda considero muito especial em minha vida, uma amiga rara que infelizmente não se encontra mais em meu caminho....
Ramirez Nunes

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Poesia-passagem


Em mil delírios roucos te abraço
sentindo o tremor do corpo teu,
em vezes me entristeço nos compassos
sentindo o amargo gosto do adeus

Sem flecha, sem o arco, sou sua índia
das terras onde a guerra se findou,
sem medo, sem rancor, sou seu gemido
no espaço em que teu braço meu cercou.

Não quero mais saber da boemia
se em casa tenho o gozo de viver
e junto ao gozo toda a alegria
de ser amada e de te pertencer.

Fingindo ser criança, sou sua mulher
e no teu corpo perco a minha idade
deitando em nossa cama sou selvagem
menina delirando de saudade.

E de manhã acordo em teu nudismo
querendo novamente anoitecer,
para afagar de vez estes desejos
que me pintam pras guerras dp prazer.

Nas ruasde você não me despeço
para sentir que estou junto de ti
e a noite vem chegando pouco a pouco
e sem nem perceber eu já fugi.

Fugi da vida para os teus braços
que ardentes me afagam sem cessar
e no amor as luzes se adormecem,
criança sou de novo a delirar.