quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Lágrimas


Lágrimas crueis
queimam minha alma
Lágrimas crueis
acompanham meus lamentos

Dias e noites eu sofri
ouvindo choros, canções tristes
Várias pessoas eu vi
mortas para o sol, acorrentadas na dor

As noites foram piores
Rios de lágrimas quentes
escorrendo pelas estradas das angústias
turvando o brilho da lua

Então eu que assistia tudo, chorei.
Chorei pelos homens, pela humanidade
Chorei pelas crianças e meu coração sangrou
Sangrou até morrer de dor, chorei...

Minha alma ficou perdida
neste mundo de horrores
Minha alma morreu para o sol e
está acorrentada em todas as dores.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Itinerário


Adormecido em minha comiseração
Envolto pelo meu desencanto
Vejo as almas ainda perdidas,
sozinhas, esvaindo-se
Desperto de minha agonia,
Venho despida de altivez e falsidade
As horas se vão e os dias se passam,
atravessam a realidade e caem.
Quimeras vivem.
Percorrem os caminhos denso de dor
Sustentam-se de aparências
Olvidam a essência do orbe
Regressam o cálice amargo da dor.
É como esperar a nudez
de um amanhecer cinzento
na esfinge de emoção sobre meu sepulcro.
Não basta abrir o coração
não é bastante não ver!

Para contemplar os jardins frios e tristes.
É preciso também não ter amor nenhum.
Sem amor não há sentimentos: há ideias apenas.
Há só uma porta fechada, e todo o mundo lá fora;
e um sonho do que se poderia ver se a porta se abrisse,
mas que nunca é o que se espera quando se abre a porta.

Sinto-me morrer...
Somos produto de um erro;
Há tanta vida, dor e mentiras lá fora.
Transes da morte por fim nos esperam
Já não sabemos se a contraímos ou se ela a nós.

sábado, 7 de agosto de 2010

Escuridão


Vivo na escuridão
No fundo da solidão
Na profunda imensidão
Das trevas que tanto amei

Agora vivo assim
Presa dentro do meu mundo
O mais sombrio e profundo
Que alguma vez conheci
A luz do teu olhar
Foi meu único alimento
O meu sádico sustento
O sangue que me matou a sede
E me levou para não voltar

Vem meu anjo negro
Liberta-me destas trevas
Que eu própria criei
Destroi para sempre o veneno
Que me corroi por dentro
E terás o meu coração
Aceita-o minha paixão

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Destino


Nada é tão bom como o amor
Nem tão verdadeiro como o sentimento
E eu estou aqui
Perdida nesta escuridão
Preciso de ti para encontrar o caminho.
Não me deixes afundar
Nas marés deste mundo vazio...
Tu conheces o meu mal sem nome...
Esta angústia que nos devora...
Também tu caminhaste sozinho
Procurando algo que não sabias o que era,
Mas que tinhas a certeza que estava lá,
Esperando por ti.
Encontraste-o?
Tens-lo agora nas mãos...
Completa-te?
Ou continuas sentindo
Uma parte de ti em clamor tortuoso,
Gritando por algo que te escapa?
Eu despedaçaria todos aqueles
Que te ousassem olhar de cima...
Pois nada foge de ti, Morte...
O teu olhar terno ultrapassa-me...
Leio em ti os meus sentidos,
Soltos com o teu respirar...
E nada jamais nos vai afastar...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Desejos de uma Alma Condenada


Fico presa no silêncio
de uma noite fria,
Admirando a lua passear pelo céu.
Pensando nos meus desejos
todos iguais.
Tenho medo.
As lágrimas caem do meu rosto,
e meu leito
encharca-se do meu pranto.
Meus olhos tristes
Não podem mais ver os seus.
Não se passaram nem
Um dia em que eu
Não me lembrasse
Da sua doce voz me
Chamando...
Sua voz me acalma,
Faz-me sentir viva.
Deixe-me ver seu espírito
Deixe-me tocar sua alma
Com um toque singelo e frio como a morte.
Não precisa Compadecer-se.
Sou apenas uma alma
Condenada a vagar
Sozinha por toda a
Eternidade.
A sua presença já é o bastante.
E pelo simples fato
De ouvir sua respiração já é um consolo.
Seu amor me ajuda a caminhar, me ensina parar,
Não errar.
O calor dos meus sentimentos
Ainda me mantém acordada.
Vou me alimentado dos desejos da minha alma.

Compreensão


Por que você não é capaz de me compreender?
Se ao menos respeitasse e entendesse meus sentimentos como eu faço com
os seus
Se respeitasse meu espaço
Se respeitasse o que desejo,
Se entendesse que apenas com um simples gesto de carinho você conseguiria
tudo,
Concerteza nos daríamos bem!

 

Por que não entendes quando em meu silêncio eu grito, imploro um pouco de
seu carinho?
Por que em vez de entender o que se passa comigo você simplesmente me
vira as costas?
As vezes me sinto como se fosse um nada pra você
Como se quisesse de mim apenas a carne,
O supérfluo
E desprezasse os mais importantes "dentro de mim": a alma e a mente.
Entenda que eu não sou uma mera casca
Que tudo o que diz, pensa e fala, me fere
Pois eu também tenho um coração!

 

Por que você não é capaz de me abraçar
Sem vir com segundas intenções? Sem querer sempre algo em troca?
Por que você não é capaz de me Amar tanto quanto eu Te Amo?
Eu quero sua atenção
Mas você não consegue enxergar algo tão na sua cara
Pois está cego e surdo para o que lhe digo no silêncio.