segunda-feira, 4 de abril de 2011

Poesia-passagem


Em mil delírios roucos te abraço
sentindo o tremor do corpo teu,
em vezes me entristeço nos compassos
sentindo o amargo gosto do adeus

Sem flecha, sem o arco, sou sua índia
das terras onde a guerra se findou,
sem medo, sem rancor, sou seu gemido
no espaço em que teu braço meu cercou.

Não quero mais saber da boemia
se em casa tenho o gozo de viver
e junto ao gozo toda a alegria
de ser amada e de te pertencer.

Fingindo ser criança, sou sua mulher
e no teu corpo perco a minha idade
deitando em nossa cama sou selvagem
menina delirando de saudade.

E de manhã acordo em teu nudismo
querendo novamente anoitecer,
para afagar de vez estes desejos
que me pintam pras guerras dp prazer.

Nas ruasde você não me despeço
para sentir que estou junto de ti
e a noite vem chegando pouco a pouco
e sem nem perceber eu já fugi.

Fugi da vida para os teus braços
que ardentes me afagam sem cessar
e no amor as luzes se adormecem,
criança sou de novo a delirar.

2 comentários:

  1. Incrível... Maravilhoso, conseguiu me prender do começo ao fim! Parabéns!

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